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APPACDM COIMBRA CRIOU E VAI COMERCIALIZAR JOGOS SÉRIOS INOVADORES

A APPACDM Coimbra desenvolveu oito jogos sérios de tabuleiro, que foram criados por pessoas com deficiência intelectual e destinam-se, antes de mais, a este público, mas podem ser jogados por todas as pessoas.

“Conhecemos alguns jogos que se destinam a desenvolver as capacidades das pessoas com deficiência intelectual, mas não temos conhecimento da existência de jogos para estas pessoas pensados de raiz por estas mesmas pessoas”, salienta Helena Albuquerque, presidente da APPACDM Coimbra. “Penso que estamos perante uma inovação, o que diz bem das qualidades destas pessoas e é para nós um orgulho podermos demonstrar essa capacidade de imaginar, criar e concretizar”, completa.

O projeto, financiado pelo Prémio BPI “La Caixa” Capacitar, demorou um ano e meio a materializar. Arrancou com 78 clientes da APPACDM Coimbra, mas o entusiasmo foi tão grande que acabaram por participar 113. As idades vão dos 20 aos 65 anos, com distribuição praticamente equitativa entre mulheres e homens.

A coordenadora do projeto, Ana Isabel Cruz, salienta a avaliação feita aos participantes por uma entidade independente. “A empatia e o pensamento crítico aumentaram brutalmente; a autonomia não aumentou de forma tão expressiva, mas mesmo assim subiu acima da média”, explica esta psicóloga, que sublinha “a importância destas pessoas com deficiência fazerem todo o processo”.

Além do principal público a quem se destinam, os jogos já foram testados por diferentes públicos. Nomeadamente, crianças em idade escolar, jovens que frequentam cursos técnico-profissionais e idosos. As opiniões foram unânimes: “Os jogos são giros, úteis e divertidos.”

Na unidade da APPACDM Coimbra de São Silvestre, Joana Mateus, 41 anos, disputa com outra colega o “Cem Rótulos”, jogo que permite afirmar os direitos e competências de quem tem deficiência, por intermédio de cartas com fotografias dessas pessoas a expressar-se através de mímica. “Gostei de determinar e compor os jogos; nunca tinha experimentado, foi a primeira vez e foi delirante, mesmo”, diz.

Na mesa ao lado, Carlos Paulino, 22 anos, entretêm-se com o “Ukeito”, jogo de perceção visual. A partir de linhas e formas e de um modelo base, os jogadores têm de

procurar reconstruir a imagem e, escolhendo o nível de dificuldade, ganham pontos. “Com estes jogos aprendo muitas coisas e preciso de pensar; tenho jogos em casa no computador, mas o computador não obriga a pensar”, compara.

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